23 de novembro de 2011

Châteaux de la Loire (Castelos do Loire)


Resolvi abrir minha caixa de Pandora (a parte de coisas boas) de fotos/recordações para falar da primeira viagem que eu fiz quando cheguei na França.

O passeio ocorreu em julho de 2003, na ponte do dia 14. Uma das pessoas que viajava comigo, tinha a filha da família de accueil (não achei um sinônimo em português, mas é uma família que te recebe em troca de uma soma considerável de euros no final de um mês ou de uma semana) que morava em Blois. Ela nos hospedou pelo final de semana prolongado e pudemos visitar os castelos.

Blois é uma cidade do centro oeste da França e fica na rota dos “Châteaux de la Loire”, região magnífica que beira o rio Loire, onde reis e magnatas construíam seus castelos.

Na época eu não tinha máquina fotográfica, então as fotos que mostrarei aqui são das pessoas que viajaram comigo (eu participei da vaquinha da maquina, então me dou o direito as fotos dessa viagem) ou de amigos.

 Rota passeio aos Castelos do Loire. Fonte: Google maps.

Partimos de Vichy (A) e nosso primeiro ponto de parada foi a cidade de Tours (B). Lá só visitamos a Catedral de Tours com seu belo vitral e arquitetura gótica.

 08/2003 - Tours: Catedral de Tours, conhecida pelo seu estilo go'tico. Da' para perceber que ela é bem trabalhada.

Depois seguimos para Blois (C), onde ficaríamos instalados. A partir dessa cidade visitamos alguns castelinhos dos quais eu não lembro o nome, mas os principais foram:

Cheverny

Aqui na França não há distinção entre mansão e castelo. Tudo aqui é chatêau.
O Cheverny é uma mansão que manteve os móveis da época. Ele foi fonte de inspiração do desenho Tim Tim.

 08/2003 - perto de Blois: Castelo de Cheverny.

E bonito por fora, mas nada impressionante comparado aos outros castelos.
A única coisa que gostei foi de me sentir um pouco Dupont & Dupont andando pelo caminho que leava à entrada do château. Me lembrei dos desenho animado que eu assitia.

Chambord

Nossa, só não me senti Cinderela nesse castelo porque não cheguei numa carroça de abóbora.
Foi impressionante a primeira vez que eu vi esse castelo. Eu não estava acostumada a viajar e nunca tinha visto coisas bonitas e imponentes na vida.
O máximo de arquitetura que eu tinha visto ao vivo era o teatro municipal de São Paulo e a catedral da Sé.

Porém, um castelo ao vivo eu nunca tinha visto. Lembro da nossa chegada como se fosse ontem: “ Mas cadê o castelo? Essa é a estrada certa, não? O que diz o mapa? ... Eis que de repente começo ver torres, janelas e grandes muros brancos. O castelo foi aparecendo no horizonte como nos desenhos animados.

 05/2004 - Chambord: Castelo de Chambord, façada. Fonte: Amigo querido*.

Ele foi construído por François I entre 1519 e 1547, quase na mesma época que o Brasil foi descoberto. E conhecido pela sua grande fachada renacentista. Até Leonardo da Vinci trabalhou na construção desse castelo!

 05/2004 - Chambord: Castelo de Chambord, perspectiva cavaleira (!). Fonte: Amigo querido.


Uma escada em forma de “DNA” (espiral) foi construída no meio do castelo para acessar os vários andares.

Outra coisa legal que descobri nessa viagem foi que as escadas nos castelos rodavam no sentido das agulhas de um relógio (esquerda para a direita). Na época mediaval o cavaleiro guardava sua espada à sua direita. Por conta disso, as escadas foram projetadas para que a pessoa que subisse uma escada, tivesse dificuldade para manusear a espada que ficava à direita de seu corpo. A solução seria de passar a espada para a esquerda, mas chegando ao alto, o cavaleiro seria vulnerável.

 05/2004 - Chambord: Centro da escada DNA, com janelinhas. Fonte: Amigo querido.

Voltando ao castelo, ele não é muito decorado, pois muita coisa foi destruída durante as infinitas guerras francesas. Porém a arquitetura esterna é muito charmosa, principalmente as torres e o telhado.

 05/2004 - Chambord: Detalhe das torres trabalhadas. Fonte: Amigo querido.

  05/2004 - Chambord: Vista do caminho de entrada do castelo. Fonte: Amigo querido.

Esse castelo é simplesmente magnífico, monumental. Só de vê-lo me dá vontade de voltar para lá!! O mais impressionante, não vou deixar de repetir, é ver o castelo aparecendo no horizonte conforme nos aproximamos.

Chenonceau

Quem me conhece sabe que o Chenonceau é meu castelo preferido. Ele é o mais romântico de todos, sua própria história é passional.
Uma primeira parte do castelo foi construída por volta de 1230. Ele foi modificado ao longo dos anos e ficou conhecido por ser o “Castelo das Damas”. 

 05/2004 - Chenonceau: Vista cavaleira do Castelo de Chenonceau + jardim lateral. Fonte: Amigo querido.

  05/2004 - Chenonceau: Detalhe sala interior do castelo. Fonte: Amigo querido.

Uma das ilustres ocupantes foi Diana de Poitiers que ganhou o castelo de presente (também quero!) de Henrique II, então rei da França. Diana era sua maîtresse (amante). Diana constrói os jardins que ficam na entrada do Chenonceau.

  05/2004 - Chenonceau: Vista do jardim de Diana. Parece que uma vez por ano fazem um concurso de jardinagem nesse local. Os criadores podem fazer a obra que quiserem. Fonte: Amigo querido.

Henrique II morre em 1559 e sua esposa, Catarina de Médicis pega o castelo de Diana para mostrar quem é que manda! Ela constrói o fascinante salão de recepção sobre o rio Cher (querido/caro em francês).  Uma graça!

   05/2004 - Chenonceau: Vista lateral do castelo. Detalhe para o rio Cher que passa sob a construção. Fonte: Amigo querido.

05/2004 - Chenonceau: Salão de recepção que fica sobre o rio. Ja imagino um baile nesse lugar. Fonte: Amigo querido

Na época de Henrique III, é a vez de Louise de Lorraine habitar o castelo. Com o assinato do marido, em 1589, ela constrói um quarto totalmente preto: paredes, decoração, cama, chão, tudo, para fazer o luto de seu amado.
05/2004 - Chenonceau: Quarto de Louise - criado por luto ao seu marido. Detalhe para a decoração preta das paredes et do chão, cama, etc. Fonte: Amigo querido

Apesar de não ser gigante como o Chambord, Chenonceau tem seu charme, é romântico e uma gracinha. Um château  de damas chiquérrimas ....

Blois

Para terminar a viagem passamos pelo castelo de Blois que fica no centro da cidade. Por falta de dinheiro (lembre-se, erámos estudantes pobres que não pagavam pela estádia e que comiam sanduíche com presunto e emmental todos os dias).

 05/2004 -  Blois: Entrada do Castelo de Blois. Fonte: Amigo querido.

 05/2004 -  Blois: Detalhe para a estatueta do cavalo. Fonte: Amigo querido.

*PS: Obrigada amigo querido pelas tão preciosas fotos!

20 de novembro de 2011

Desafio para mais de um ano ...


Hoje é um dia especial e demorará para ele ocorrer novamente.
Não são todos os anos que temos a oportunidade de ter um 20112011 (é eu sei, sou boba mesmo!).
Como ano que vem é a última vez no século (?!) que vemos esse tipo de combinação numérica entre dia, mês e ano, resolvi lançar um desafio.

Eu gosto muito de baguette, adoro comer um pão quentinho saindo da padaria. Porém, fico muito irritada quando a mulher da boulangerie (padaria) embrulha minha baguette, de pelo menos um metro, num pedaço de papel de pão (literalmente) que mal corresponde à área dos meus dedos indicador e polegar.

 Versailles 11/11: Baguette e seu papel de pão.

Fico indignada com tamanha indiferença com a proteção da pobre baguette. O pedaço de papel não a protege contra a chuva, de esbarrões das pessoas na rua, de passarinhos com dor de barriga, de folhas caindo no outono, de cachorros famintos, da neve, dos franceses, etc.

Aliás, os franceses são um verdadeiro perigo às baguettes. Entre eles há uma relação de amor e ódio. Amam a baguette, refeição sem baguette é como almoço sem arroz e feijão. Restaurante ruim é aquele que miguela no pão.

Ao mesmo tempo, considero que eles detestam a baguette porque tratam a pobre com muito desdém. Colocam ela embaixo do braço, quebram o pão em vários pedaços de 15 cm, prendem ele na bicicleta (sim, eu já vi!), esbarram a baguette nos canos do metrô (eca!) e por aí vai.

Baseada nessa relação de amor e ódio entre franceses/baguette e também considerando minha indignação com o tamanho reduzido do papel de pão, eu lanço o desafio de postar no blog fotos de franceses carregando baguettes dos jeitos mais variados possíveis. Assim poderei provar aos meus amigos que minhas histórias são reais.

O post será publicado no dia 20122012 com os resultatos. Correrei o risco de tomar baguettada na cabeça, mas se a foto ficar boa, está valendo!