Estava esperando um momento mais
calmo para preparar o post do Cambodia. Finalmente consegui terminar o primeiro
de uma série de posts sobre esse pequeno país, esquecido no meio do planeta,
mas com tanta história para contar.
Para entrar no clima da viagem, a
música que nos inspirou foi essa (detalhe para o refrão):
O Cambodia fica na península da
Indochina, entre Tailândia, Laos e Vietnã. Tem 15 milhões de habitantes, falam
a língua khmer e são 95% budistas. O país é pobre, depende do Vietnã para ter
eletricidade, da Tailândia para comida, a moeda comum de troca é o dollar e a
moeda local (riel) não é muito usada.
O governo é regido por uma monarquia
constitucional. O rei é o REI e é melhor não discordar publicamente dele e de
suas decisões.
Kambuj (nome antigo do Cambodia) foi
fundado no ano 802 por Jayavarma II que se autoproclamou rei do Império Khmer,
que foi por 600 anos a grande potência do sudeste da Asia. Foi nesse período que magníficos
templos (e cidades inteiras) foram construídos, contribuindo para a expansão do
hinduísmo e depois do budismo.
No século XV o império Khmer de
Angkor foi destruído pelos thais e Ayutthaia se tornou a nova potência da
região. A partir de então o Cambodia viveu à mercê dos países vizinhos e foi
colonizado pela França entre 1863 e 1953, por causa de um acordo com a
Tailândia. A independência do Cambodia foi consquistada em 1953, graças ao rei
que decidiu se livrar da França.
A Guerra do Vietnã acabou atingindo
o Cambodia e contribui para a implantação do Khmer Vermelho (tomada da capital em
1975), um governo socialista, que tocou o terror no país.
Decidimos visitar somente Siem Reap
(por falta de tempo e dinheiro), a cidade que abriga a maravilhosa cidade de
templos Khmet e o famoso Angkor Wat (templo cidade ou cidade templo).
Siem Reap - 05/2012: Angkor Wat.
Estrangeiros precisam de visto para
entrar no Cambodia, mas não há nenhum problema nem burocracia para obtê-lo.
Basta pagar 20 dólares e no aeroporto mesmo eles fazem seu visto. O processo é
até engraçado e dá para entender que o único objetivo é tirar dinheiro dos
turistas.
Quando você desembarca, vai para uma
salinha onde tem uns 7 caras enfileirados atrás de um balcão. Você dá o
passaporte para o primeiro, que verifica sua cara. O segundo verifica seu nome,
o terceiro preenche o papel do visto, o quarto cola e grampeia ele no
passaporte, o quinto pega seus 20 dólares, o sexto dá uma carimbada e o sétimo
pega sua fota e digitais. E pronto, você pode ficar 30 dias no Cambodia! Os USA
devem morrer quando vêem esse tipo de controle.
Para ver a seriedade do povo, um dos
caras que fazem o visto estava com facebook aberto – consegui ver por causa do
reflexo no espelho atrás dele ... nem para disfarçar!
Depois de ter passado uma semana na
Tailândia, estávamos preparados para todo tipo de enganção turística. Chegamos
à noite no aeroporto e como eletricidade é cara, as ruas são pouco ou não são
iluminadas. Como não estávamos com paciência para encotrar ônibus (se é que
havia um – de acordo com o pessoal do aeroporto não tinha), fomos pedir um
táxi.
Não foi nenhuma surpresa descobrir
que o preço do táxi era fixo. Eram 5 dólares e acabamos pagando. Acontece que o
motorista era muito legal e bavard
(pessoa que fala muito) – e esperto. Durante o trajeto ele apresentou seu país
(my country, como ele dizia), como se
fosse um guia turístico.
No final do trajeto ele propôs de
nos acompanhar o dia inteiro da nossa visita por Angkor, por 30 dólares o dia.
Tínhamos lido nos guias que para ir para Angkor e visitar os diferentes templos
não dava para ir andando (e não dá mesmo, é gigantesco – e olha que eu não sou
preguiçosa para andar ...), que tinha que pegar o tuk-tuk.
Como o carro dele tinha ar
condicionado, ele dava água e era simpático, decidimos deixar o Chok (nome
dele) nos guiar. E ficamos muito contentes com a prestação!
No primeiro dia de visita ao
complexo de templos, Chok nos disse para não visitar Angkor em primeiro lugar
(ahhhh mas eu queria tanto – era o momento mais esperado da viagem!), pois há
muitos turistas, que como nós querem ver Angkor primeiro. Além disso, não era
bom para tirarmos fotos, pois estaríamos bem na frente do sol. Chok esperto!
Antes de descrever cada templo
visitado, quero falar sobre a história dessa maravilha, que me encantou e que
me arrepia só de pensar ... como humanos são capazes de fazer coisas
esplendorosas que duram para a posteridade.
O Parque Arqueológico de Angkor é
patrimônio da Unesco e tem cerca de 400 Km² de área. A região foi capital do
império Khmer entre os séculos IX et XV e continha vários templos e um sistema
de irrigação complexo, com vários canais e reservatórios.
A construção das cidades pode ser
dividida em quatro etapas. A primeira cidade foi construída pelo fundador do
Camboja (por volta de 880) e as ruinas de alguns templos da época sobreviveram.
A segunda capital de Angkor foi
criada por Rajendravarman (960), ele também é responsável pela construção do
templo Bantlei Srei, também conhecido como templo das mulheres.
A terceira capital, Baphuon, foi
contruída por volta de 1050, mas o apogeu do império ocorreu no reinado de Suryavarman
II. Foi ele o responsável pela construção de Angkor Wat.
Com a morte dele em 1150 e com pressões externas, Angkor é atacado pelos
chams em 1173 e começa o declínio dos khmers.
Angkor começou a ficar conhecido no ocidente, depois da publicação dos diarios de um francês que contou sua viagem no local. Dizem que foi ele que descobriu Angkor, mas como no caso de Cristovão Colombo, ele descobriu Angkor para os europeus, pois os khmers ja conheciam o lugar ha tempos.
Nos proximos posts mostrarei os templos que visitei com um pouco da historia de cada um. Esse so foi uma introdução!