2 de novembro de 2013

Albânia - Parte I : Historia e Tirana

2013 foi um ano com poucas férias se comparado ao ano de 2012.

No verão só tive uma semaninha de descanso e o orçamento estava limitado. Seguindo a sugestão de um amigo, decidimos ir para a Albânia.

A Albânia é um país dos balcãs, que fica acima da Grécia e abaixo da Macedônia. Difícil visualizar ? Dê uma olhada no mapa.


Fonte: Google Mapas.

O país é o segundo mais pobre da Europa e até há uns dois, três anos estava num clima de guerra (por causa do Kosovo).

Por quê a Albânia ? Porque era uma destinação próxima da França, barata (mesmo !) e pouco turística (mesmo !). Depois de visitar à Croácia, vi o boom do turismo em massa num país. Queria ter a oportunidade de visitar um país que ainda não tivesse sido invadido por turistas.

Só achei um guia (bem mal feito) falando do lugar e pouca informação na Internet. Pretendo dar algumas dicas nos meus posts, para ajudar pessoas que buscam informação sobre essa destinação.

Antes de entrar nos detalhes da viagem, vou mencionar rapidamente a história da Albânia.

Durante a antiguidade, a Albânia era ocupada pelos gregos e tribos ilíricas e influênciada pelos Impérios Romano e Bizantino. Em 395, a região é dividida em dois. Uma parte Império Romano e outra Bizantino.

No ano 580, os Eslavos se instalam na região e tomam o poder dos bizantinos. Estes retomam o poder no século IX e impantam um sistema feudal.

Em 1190 é fundado o principado da Albânia, na cidade de Kruja, o que enfraquece a dominação bizantina.

Carlos I, rei da Sicília, influencia os nobres albaneses à proclamarem o Reino da Albânia e se coroa rei do lugar em 1272.

A partir de 1389 os otomanos começam a invadir o sul da Albânia e em 1501 ele dominam todo o país.

Eles ficam no país por vários séculos. Aos longos dos anos, a população se revoltou várias vezes contra as medidas e administração do império otomano. Ali Pacha Tepelena tentou liberar o país por volta de 1800, aproveitando a influência de Napoleão nos balcãs. Porém ele fora assassinado e os turcos continuaram dominando a região.

Por volta de 1878 os turcos começam perder influência por causa da guerra russo-turca. Os territórios albaneses são dividios entre Montenegro, Sérvia e Bulgaria. Em nenhum momento eles pensaram na questão da nacionalidade albanesa e no reconhecimento do país.

Em 1912, Ismaël Qemal aproveita da Guerra entre Motnenegro, Turquia, Sérvia, Bulagaria e Grécia, para declarar a independência da Albânia. Ele se torna o primeiro rei do principado Albanês.

Só que seu reinado não durará muito. Em 1914 a coroa é dada à um alemão. A Albânia torna-se cobiçada por vários países (Italianos, franceses) durante a primeira guerra mundial. Novamente seu território é dividido entre países e é palco de batalhas.

Só em 1920 a Alabânia é reconhecida como país, mas ainda há muitas questões sobre a delimitação do território. Em 1929 o principado passa na mão dos italianos (Vitório Emanuel II).

Durante a Segunda Guerra Mundial a Albânia é tomada pela a Itália e movimentos comunistas se instalam no país. Ela se aproxima das Iugoslávia, da Rússia e da China.
A influência comunista se termina nos anos 90, com eleições em 1992.
Até os anos 2000 o país passou por várias crises políticas. Em 2009 ele foi aceito como membro da Onu e começa a ter mais estabilidade e paz.

A história da Albânia é bem conturbada e o povo só conquistou a identidade albanesa recentemente. A dominação de diferentes povos explicará muito da arquitetura Albanesa e dos costumes também. Darei mais detalhes durante a explicação das cidades.

Meu roteiro foi corrido : Tirana (a capital), Berat (cidade medieval e patrimônio da Unesco), Saranda (cidade balneária), Butrint (reserva ecológica e histórica) e Kruja (cidade real).


Fonte: Google Mapas.

Só existe um aeroporto no país (Aeroporto Madre Tereza – ela se considerava albanesa e virou símbolo do país), o de Tirana (capital do país desde 1920). Então, para chegar no país você pode vir de avião, de barco (percurso Bari/Durres) ou de ônibus à partir dos países balcãs.

Eu fui de avião para lá e o vôo não custou muito barato. Para ir do aeroporto até a cidade há um ônibus que passa de hora em hora (das 7h às 18h) e que custa uns dois euros. É um ônibus antigo e com número de assentos limitados, mas é o que tem e quebra um galho. De táxi eu acho que custaria uns 15-20 euros até a cidade.

Tirana - 08/2013: Onibus que vai do aeroporto até Tirana.

Esse ônibus para perto da praça principal de Tirana : Skanderbeg.
A praça Skanderbeg é uma criação comunista. Ela é cercada de prédios públicos, considerados o conjunto mais harmonioso da cidade, dando um ar europeu para à pequena Tirana.

Tirana - 08/2013: Praça Skanderbeg vista do Hotel Internacional de Tirana. A esquerda a Opéra, ao fundo prédios da administração. 

Tirana - 08/2013: A esquerda a mesquita Haxhi Et'hem Bey, ao fundo prédios da administração.

No centro da praça há a estátua de Skanderbeg, figura nacional mais importante.
Skanderbeg fazia parte de uma família albanesa ilustre e foi o principal mentor da resitência albanesa contra a dominação turca entre 1440 e 1450.

Tirana - 08/2013: Estatua de Skanderbeg e Museu Nacional de Historia ao fundo.

Ele conseguiu evitar que o exército turco atravessasse o Adriático e contribuiu para o nascimento de uma identidade nacional.
No Museu de História da Albânia (que fica num dos lados da praça) conta-se a história de Skanderbeg e é possível ver suas armas e o famoso elmo com cabeça de bode.

Elmo de Skanderbeg - Fonte Wikipedia (fotos são proibidas no museu).


A bandeira da Albania adota o símbolo do dragão de duas cabeças que era usado pelo principado de Skanderbeg em Kruja.

Durres - 08/2013: Bandeira e simbolo da Albânia (não levar em conta a qualidade pifia da foto que foi tirada de dentro do ônibus).

Continuarei a falar de Tirana no proximo post, senão esse ficaria gigante. Ha ainda muita coisa para falar sobre a Albânia.

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