Outro
dia no trabalho estávamos falando sobre brincadeiras de criança e de como a
criançada de hoje está « numerizada ». A maior diversão deles é jogar
video-game, brincar com iphone, ipad. E como é natural tudo isso para eles !
Eu
vejo que eles brincam juntos apenas quando estão na frente da televisão jogando
um jogo ou via mensagens eletrônicas pelos celular. Não há muito mais o contato
físico como outrora.
Pensando
nisso começamos a lembrar das brincadeiras que tinham na nossa época de criança.
Apesar de termos vivído em países diferentes, as experiências eram praticamente
as mesmas.
Acredito
que meus filhos não brincarão os mesmos jogos que eu, nem terão as mesmas
experiências que as minhas … o que eu acho triste, pois muita coisa é aprendida
na infância que vai além de um jogo de video-games e de uma vida virtual.
Mesmo
morando num apartamento, minhas irmãs e eu brincávamos bastante de pega-pega, esconde-esconde,
pula-cordas, elástico, pega bandeira, morto-vivo, batata quente e mais outras
coisas que eu nem lembro o nome … (irmãs, se vocês se lembrarem de algo,
comentem !).
Sem
contar as brincadeiras de Barbie. Montávamos verdadeiras cidades de Barbie no
hall do prédio ou em casa e brincávamos dias sem cansar. Também lembro que
quando pequena, usávamos a mesa da sala de nave espacial e passávamos dias
viajando pelo espaço sideral embaixo das cadeiras.
As
vezes arrumava uma mala, pegava minha boneca e viajámos pela casa, cada cômodo
um lugar diferene, pagando coisas com dinheiro de papel e se alimentando de
bolachas.
Nossa,
quando íamos para o inteiror visitar os avós era o sinônimo da liberdade. Eu
passava o dia inteiro na rua e meus pais não tinham a menor idéia de onde
estávamos. Hoje isso não é mais possível. Lembro de fazer expedições com meus
primos até fazendas longínquas, onde andávamos no meio das plantações e do
gado. Tudo para banhar-se nas águas dos riachos.
Depois
íamos para a estrada e pedíamos carona para qualquer pessoa. Ás vezes
conseguíamos uma charrete, às vezes íamos atrás de uma caminhonete, de pé e com
o vento batendo na cara. Hoje uma criança não pode pegar carona com ninguém.
Quando
moramos na casinha foi a liberdade total. Vida de criança num apartamento não
era a mesma coisa que vida de criança em casa. A gente chegava da escola, fazia
lição e ia para a rua. Brincávamos de corda, pega bandeira, esconde-esconde no
mercado municipal, chuva no fim do dia e carrinho de rolimã.
Como
nos divertíamos ! Foi uma boa infância, onde aprendi muitas coisas que não
teria aprendido se eu tivesse ficado na frente da televisão jogando video-game
ou interagindo virtualmente com outras pessoas.
Espero que a geração « pequeno polegar » não fique tão dependente do mundo virtual e saia para viver a
vida real.
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