Estava fuçando numas fotos da época de Vichy (cidade onde
fiz um curso de línguas ao chegar na França) e me lembrei de quando eu fazia
teatro.
Quando saímos do Tatuapé, eu também mudei de colégio. Era um
colégio da mesma rede do anterior, mas ele era menos militar e mais voltado às
ciências sociais, onde alunos poderiam ser mais livres e podiam expressar mais
sua arte, vida esportiva e social.
No primeiro ano que estive lá conheci uma amiga que adorava
teatro. Ela sabia tudo artes cênicas e já sabia que queria ser atriz. Não sei
se foi ela que teve a idéia, mas no ano seguinte foi criado um grupo de teatro
na escola e eu resolvi fazer parte dele incentivada por ela.
E foi uma ótima experiência. Mutias tardes ficávamos no teatro do colégio
ensaiando peças para uma apresentação no final do ano. Fizemos laboratório
de estudo (documento e personagens), ela dirigia as cenas, cuidava da música e
figurino.
Uma das peças era a « Maravilhosa estória do sapo Tarô-beque ».
Não me lembro direito da história, mas era de um sapo que queria virar índio.
Ele encontra uma amada (Juriti), que depois é capturada capturada por uma bruxa/feiticeira/ou
cobra (Dona Mucura – incrível como estou lembrando dos nomes). Tem também um
Urubu-Rei que não lembro direito o que fazia, mas era o vilão da história.
Eu era a feiticeira que tinha sotaque inglês (sim, não sei
de onde tiramos isso !). E foi muito legal ensaiar (ríamos tanto nos
ensaios), fazer publicidade da peça e depois apresentar para os pais (a maioria
eram nossos pais) e alunos (a maioria eram nossos coleguinhas).
Também apresentamos obras de Nelson Rodrigues, poemas de
Drumond, …
Só sei que depois dessa experiência, a outra vez em que participei
de uma peça de teatro foi em Vichy. Eu mal sabia falar francês e meti a fazer
umas cenas para uma apresentação aos estudantes do Cavilam.
Foi legal novamente participar de ensaios e estudos. Fiquei
com saudades da época do colégio e de ter uma atividade diferente dos estudos
clássicos do colégio.
Eu acho que o teatro me ajudou a falar em público sem
complexos, apesar de eu ainda me considerar uma pessoa tímida.
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