10 de setembro de 2013

30 Memórias dos 30 (21)

Estava fuçando numas fotos da época de Vichy (cidade onde fiz um curso de línguas ao chegar na França) e me lembrei de quando eu fazia teatro.

Quando saímos do Tatuapé, eu também mudei de colégio. Era um colégio da mesma rede do anterior, mas ele era menos militar e mais voltado às ciências sociais, onde alunos poderiam ser mais livres e podiam expressar mais sua arte, vida esportiva e social.

No primeiro ano que estive lá conheci uma amiga que adorava teatro. Ela sabia tudo artes cênicas e já sabia que queria ser atriz. Não sei se foi ela que teve a idéia, mas no ano seguinte foi criado um grupo de teatro na escola e eu resolvi fazer parte dele incentivada por ela.

E foi uma ótima experiência. Mutias tardes ficávamos no teatro do colégio ensaiando peças para uma apresentação no final do ano. Fizemos laboratório de estudo (documento e personagens), ela dirigia as cenas, cuidava da música e figurino.

Uma das peças era a « Maravilhosa estória do sapo Tarô-beque ». Não me lembro direito da história, mas era de um sapo que queria virar índio. Ele encontra uma amada (Juriti), que depois é capturada capturada por uma bruxa/feiticeira/ou cobra (Dona Mucura – incrível como estou lembrando dos nomes). Tem também um Urubu-Rei que não lembro direito o que fazia, mas era o vilão da história.

Eu era a feiticeira que tinha sotaque inglês (sim, não sei de onde tiramos isso !). E foi muito legal ensaiar (ríamos tanto nos ensaios), fazer publicidade da peça e depois apresentar para os pais (a maioria eram nossos pais) e alunos (a maioria eram nossos coleguinhas).

Também apresentamos obras de Nelson Rodrigues, poemas de Drumond, …

Só sei que depois dessa experiência, a outra vez em que participei de uma peça de teatro foi em Vichy. Eu mal sabia falar francês e meti a fazer umas cenas para uma apresentação aos estudantes do Cavilam.

Foi legal novamente participar de ensaios e estudos. Fiquei com saudades da época do colégio e de ter uma atividade diferente dos estudos clássicos do colégio.


Eu acho que o teatro me ajudou a falar em público sem complexos, apesar de eu ainda me considerar uma pessoa tímida.

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