Gostava
de brincar com o colchonete que ficava no quarto dos meus avós.
Nós dormíamos
com eles, no mesmo quarto. Passávamos o dia inteiro à
levantar o colchão e deixá-lo cair em cima de nós.
Tinha
a janela que adorávamos pular. Tinha a máquina de costura antiga da minha vó
que a gente brincava até não cansar mais. Era uma embaixo no pedal e outra em
cima mexendo na roda preta para a outra se balançar em baixo.
Depois
de cansar de brincar, tinha a pizza do meu avô. Huuuummmm (o hum que meu avô
fazia fechando a boca e serrando os olhos, antes de abrir um sorriso banguelo,
meu avô perdera todos os dentes e não tinha dentadura. Até lembro dele com seu
último dente, rindo com o Chaves e seu chapéu … de Chaves).
A
pizza era cozida na boca do fogão. Cozinhava com o vapor eu acho. A forma tinha
uma tampa que fechava, igual áquelas formas que a gente tira a parte de baixo.
A pizza era sempre de mozzarela, com rodelas de tomate por cima. A massa era
fininha e gostosa. Era e sempre será a pizza do meu avô, que só ele sabia
fazer, com o gosto que só a dele tinha.
Depois
de jantar a gente ia ver TV, não lembro se novela ou jornal. Só lembro do meu avô
sentado do lado da TV (ele não enxergava muito bem), com seu potinho de frutas
(potinho azul fininho, daqueles antigos), todo sorridente.
Minha vó enchia as paciências dele. Não
dava sossego um minuto. Sempre assim.
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