30 de maio de 2013

Assunto do momento: o tempo

Ainda estão falando do casamento homossexual (ontem celebraram o primeiro casamento entre dois homens de mesmo sexo), mas fora esse assunto, acho que o mais comentado entre todos os franceses é o tempo.

A méteo (previsão do tempo) é um esporte nacional. Não é conversa para ser jogada fora com qualquer um. A maioria dos franceses seguem a méteo quotidianamente.

E não é apenas saber se vai chover ou não e qual será a temperatura. Tem os ciclones e anti-ciclones, o vento mistral, as rajadas de vento, o índice pluviométrico, etc.

O que tanto se discute atualmente é o tempo horroroso que está fazendo. Já estamos quase no final da primavera e nada de calor e sol. As temperaturas estão de 5°C a 10°C abaixo da média e não tem sol. Céu cinza e chuva todos os dias e no país inteiro !

O povo já não aguenta mais. O inverno foi chatinho, com bastante neve e agora nós queremos sol, queremos usar as roupas de primavera e abandonar o casaco pesado. As lojas não conseguem vender as roupas de verão, cidades foram alagadas por conta do nível dos rios, as pessoas estão deprimidas (francês reclamando não é fácil), as videiras não florescem, caos total !

Fazia tempo que as temperaturas não baixavam tanto e que os dias de sol não eram tão reduzidos. Uma das explicações para esse transtorno meteorológico é o aquecimento global. Faz mais frio porque faz mais calor. Contraditório, não ?

De acordo com especialistas, as zonas glaciais estão esquentando por causa do efeito estufa e criam zonas de alta pressão nos pólos. O ar frio presente nas latitudes mais baixas (Europa, Estados Unidos) não vai embora (zona de baixa pressão) e fica bloqueado, nos proporcionando esse lindo tempo.

O efeito estufa faz a banquise diminuir e aumenta a área de oceano. O oceano absorve mais a luz solar que o gelo e esquenta a atmosfera, gerando uma zona de alta pressão.

Outros cientistas dizem que o fenômeno não tem nada a ver com o aquecimento global e que são fenômenos naturais que ocorrem de tempos em tempos.

Eu ainda não tenho uma opinião formada sobre o assunto. O tempo é tão imprevisível (as previsões normalmente não são exatas de um dia para o outro) que não podemos confirmar o aquecimento global. Além disso, as temperaturas da Terra estão estáveis nos últimos 20 anos.

A única coisa que eu sei é que não aguento mais esse tempo pourri (podre) e que eu quero sol !! Veremos o que será do verão …

29 de maio de 2013

30 Memórias do 30 (6)


Passarinhos estavam baixando no quintal da frente, que eu adorava por causa dos tijolinhos (restos de piso de banheiro, cozinha que meu vô arranjava por ali e por lá) coloridos e misturados.

Eu olhava, olhava o vai e vem. Meu vô resolve armar uma arapuca, para ver se a gente pegava um passarinho.

Ele pega a peneira grande que ele tinha, para limpar areia e cascalho. Arranja um pedacinho de galho, do limoeiro que nos faz sombra. Pega um pedaço de fio, daqueles grossos, que estava no rolo que minha avó usava para fazer os tapetes redondos que toda a família tinha em algum cômodo da casa.

O fio é amarrado no tronco, o tronco suporta a peneira que fica meio no pau, meio no chão. Meu vô diz que precisava pegar um pedaço de pão, senão o passarinho não vem !
Pega um pedaço de pão e manda eu me esconder dentro da casa e ficar segurando o fiozinho. Quando o passarinho entrasse na arapuca para pegar o pão, eu tinha que ser ágil e puxar fio.

Não  era rápida, não peguei nenhum passarinho. Mas voltei para casa feliz de ter aprendido a fazer uma arapuca !

25 de maio de 2013

Londres (2) : Westminster

... da série Circuito férias de julho 2012: Bretanha e Inglaterra.

A abadia de Westminster é um lugar incontornável para os amadores de história e da ciência.
Ela tem mais de 1000 anos de existência, desde a criação de um edifício construído por monges beneditinos.

Londres - 12/2009: Fachada da abadia Westminster. 

Desde 1066 a coroação dos reis ingleses é feita no local. A partir de 1296, os reis ingleses são coroados com dois símbolos importantes: a cadeira do Rei Eduardo I e a pedra do destino (Scone stone – pedra escocesa).

A pedra do destino era usada na coroação dos reis escoceses. Para mostrar a soberania inglesa aos irlandeses e escoceses, Eduardo I roubou a pedra e desde então ela é usada na coroação dos reis britânicos.

Em 1950, dois estudantes escoceses roubaram a pedra da Westminster e a levaram de volta para a Escócia. Quando a Inglaterra descobriu o roubo, exigiu-a de volta.

Foi só em 1996 que a Ingleterra devolveu a pedra para a Escócia, porém ela deverá estar sempre à disposição da Inglaterra para futuras coroações.

Hoje a pedra está exposta no castelo de Edimburgo e a cadeira real na Westminster.

Londres - 07/2012: Entrada principal da abadia Westminster. 

Além de lugar de coroações, a Westminster é também uma espécie de sepulcro. Estão sepultados ali 17 monarcas, túmulos de personalidades inglesas ilustres, como escritores, poetas, físicos, matemáticos, filósofos, políticos.

Algumas celebridades : Lord Bayron, Jane Austen, Isaac Newton, Faraday, Maxwell, Charles Darwin, Winston Churchill e muito muito mais.

Londres - 12/2009: Fachada da parte de tras da Westminster. 

As fotos são proibidas no interior da abadia, então deixo aqui (http://www.westminster-abbey.org/visit-us/highlights) o site da Westminster onde é possível ter uma idéia do lugar. A visita é imperdível. O edifício tem varies riquezas arquitônicas. O que mais me chamo atenção foi a capela de Henrique VII e o seu teto, maravilhoso !

22 de maio de 2013

30 Memórias dos 30 (5)


Era começo final da primavera e minha primeira entrevista de estágio. A indústria ficava em Angers, uma cidade à meia hora de trem de Nantes. Reservei minha passagem, num trem pouco frequente e que parava numa estação próxima ao local da entrevista.

Pego o trem e ele pára na estação. Par minha surpresa, a estação era no meio da campagne (meio do mato, fazenda, longe da cidade). Tinha os trilhos e uma faixa cimentada para você não descer diretamente na terra. Só, mais nenhum sinal de vida.

Mais nada em volta a não ser um campo com vacas e uns galpões abandonados. Vixi, tô f#dida, eu pensei.

Caminhei um pouco no meio do nada para ver se eu achava a rua que me levava ao local do estágio. Olhava para o lado, via as vaquinhas mugindo e tentava não me desesperar. Tossia. Estava um pouco doente, com gripe na fase de tosse aguda. Quando a garganta raspa e você não pára de tossir. Ainda bem que eu tinha tempo ...

Avistei ao longe um restaurante. Parei nele para confirmar meu itinerário. Fui recebida por dois caminhoneiros desdentados (não tenho nada contra quem não dentes, mas a cena era tão engraçada) e meio bêbados. Pensei: onde fui me meter ...

Eles muito simpáticos me indicaram o caminho e fizeram alguma piada que só eu não entendi. Deixei para lá e ficava repetindo na cabeça o que eu queria falar durante a entrevista.

Cheguei na indústria e as pessoas que me entrestariam me receberam. Entrei na sala, comecei a falar e tive uma crise de tosse. Daquelas de não conseguir falar, respirar, de chorar. Lágrimas caiam do meu rosto. Eu tentando respirar, uma assoadinha no nariz, pronto, a tosse parara.

Retomo a palavra e o entrevistador me interrompe:

- Mademoiselle, você não quer ir ao banheiro tomar uma água, lavar seu rosto?
- Não Monsieur, não precisa, já estou melhor, obrigada.

Perguntas vêm, respostas vão. Nós saímos da sala para me mostrar a fábrica. Aí ele me fala:

- Mademoiselle, o banheiro é ali. Sinta-se à vontade para ir se quiser.
- Muito obrigada Monsieur, vamos conhecer a fábrica antes.

Conheço a fábrica, sou apresentada para alguns funcionários, me mostram o chefe. A entrevista termina e me chamam para tomar um café.

Aproveito a informalidade e decido passar no banheiro. Depois de usar o banheiro vou lavar as mãos e me olho no espelho.

Aquele frio na barriga sobe até a cabeça, fico vermelha de vergonha. Queria ser um avestruz para enfiar a cabeça num buraco.
Sim, eu estava usando rímel !!! E quando chorei de tossir e enxuguei minhas lágrimas, fiquei com aquele traço preto delineando as bochechas, aquela vergonha alheia.

Um filme passou na minha cabeça: o entrevistador me convidando ir ao banheiro “lavar o rosto”, eu fazendo entrevista igual uma palhaça, eu recusando uma passada ao banheiro, eu sendo apresentada para deus e todo mundo com cara de palhaça!!

FAIL!

20 de maio de 2013

Indignação


Eu sei que é tarde para eu comentar sobre esse assunto, mas preciso falar sobre minha indignação.

Hoje estava arrumando uns arquivos antigos do computador e me deparei com um guia da nova ortografia da lingua portuguesa.

O guia já data de 2008 (sim o tempo passa), mas ele continua me aborrecendo. A maioria das regras de acentuação que eu penei para aprender e para utilizar corretamentamente foram extintas.

Na verdade, o fato de eu não ter acento agudo no teclado francês calha bem com a nova ortografia, dado que muitas regras de acentuação foram por água abaixo.

E para que tudo isso ? Para emburrecer a língua e se adequar ao povo que não tem força de vontade para estudar e de empregar a língua portuguesa.

Ah, é mais fácil falar errado que fazer esforço para falar direito. Por que eu vou aprender a conjugar verbo direito e acentuar palavras corretamente ? Meus amigos só vão me zoar …

Dizem que a língua é viva e evolui ao longo dos tempos. É verdade que na época de Machado de Assis as palavras eram bem empregadas, pronomes pessoais pronunciados de boca cheia e tudo na maior educação, formalidade e elegância.

Hoje a pessoa não te chama de vosmecê, mas de « cê ». « Qué q’cê tá fazendo ? »
Hoje não importa se tem « menos » ou « menas » gente, o importante é a mensagente passada, pois o mundo anda tão corrido que não dá tempo de pensa rem falar direito. O mais importante é passar a mensagem, num clicar de mouse.

Que as coisas estejam mais modernas, mais conectadas ou mais rápidas a única coisa que eu sei é que sou careta e me incomodo muito com a mudança da ortografia.

Não consigo escrever « vêem » sem o circunflexo, nem “lingüiça” et « cinqüenta » sem o trema. Muito menos “pêlo” sem o famoso chapéuzinho ou caracóis sem o agudo !

Talvez um dia eu adira ao mundo da tecnologia e (des)informação e seja mais modernosa. Nesse dia escreverei de acordo com a ortografia em vigor … veremos o que o futuro nos reserva.

18 de maio de 2013

Londres (1): Big Ben



Resolvi parar de falar sobre Nantes e atacar a parte da viagem à Inglaterra.

Com meus pais eu apenas visitei Londres, mas já fui outras vezes para a Ingleterra e conheci cidades simpáticas como Cambridge et Bath. Ainda falarei delas um dia …

Quando penso em Londres me vem à cabeça um clima de agitação e alegria. Adoro essa cidade, ela não é arquiteturalmente maravilhosa como Paris, mas é Londres, tem uma vibração única. Não consigo explicar direito, mas toda vez que vou à Londres sinto aquela alegria de criança ao ganhar o brinquedo que pedira.

Eu acho que o que faz Londres tão unica são seus clichés : guardinhas e seus chapéus, os ônibus vermelhos de dois andares, as cabines telefônicas, as inúmeras linhas de metrô, os pubs, os museus gratuitos, o Big Ben, a rainha, as casas de tijolinhos vermelhos e as casas com um subsolo.

Vou começar a série de post londrinos com o Big Ben, o relógio do prédio do parlamento inglês que fica às margens do rio Tâmisa e que é o grande símbolo inglês.
Dizem que ingleses são pontuais e eu acredito que todos eles têm seus relógios alinhados com o do Big Ben, essa é a hora inglesa, não é Greenwitch, mas é a hora de referência do mundo.

O relógio da torre (nome oficial do Big Ben) foi criado (1856) junto com a nova versão do palácio de Westminster, após o incêndio de 1835.

Durante o dia, no pôr-do-sol ou à noite (mesmo com chuva), o relógio e o parlamento são bonitos e imponentes. Olhando para eles, você percebe que está em Londres, nessa terra de tanta história e prestígio.

Algumas fotos :

Londres - 07/2012: O Big Ben e o parlamento vistos do outro lado do Tâmisa. 

Londres - 07/2012: Guardinhas ingleses (mais um cliché) e o relogio da torre.

Londres - 12/2009: Parlamento à noite. Iluminação linda.


Londres - 12/2009: Parlamento de dia.Vista interne, da cidade.


Londres - 12/2009: Parlamento e Big Ben, durante o dia. Vista interne, da cidade.


Londres - 04/2005: Big Ben e London Eye durante o dia. Vista da cidade. 

Londres - 12/2004: Big Ben visto da London Eye, um pouco antes de comemorar a passagem do ano 2004 para 2005. 


Próximo ao Big Ben há uma roda gigante que também virou um símbolo mais moderno de Londres. A « London Eye » foi inaugurada no dia 31/12/1999 pelo Tony Blair. Ela permite uma vista panorâmica de uma parte da cidade e principalmente do Big Ben. 


Londres - 07/2012: London Eye - a roda gigante de Londres. 

Londres - 12/2009: London Eye - um pouco antes da virada do ano de 2009 para 2010.

Londres - 12/2009: Big Ben e London Eye no pôr-do-sol. Adoro essa foto!!

Desde 2005, os fogos de artifícios de final de ano são apresentados na London Eye. Posso dizer que é um verdadeiro espetáculo e muito emocionante começar o ano com as badaladas do Big Ben !


Londres - 12/2009: Fogos na roda gigante para comemorar o ano novo.


15 de maio de 2013

30 Memórias dos 30 (4)


Minha casa era longe da universidade, todos os dias eu tinha 2,5h de trajeto para ir e outras 2,5h para voltar para casa. Na época não havia corredor de ônibus na Consolação e Rebouças. Todos os dias eu acordava cedo (5h), pegava dois ônibus ou mêtro + ônibus.

Um dia eu estava voltando da Poli e caía um temporal. Tudo alagado no Jóquei e perto do Shopping Eldorado. Óbvio que durante uma hora o ônibus não andava e estava no meio da rua.
Quando começa a andar, aquele trânsito na Augusta. A cidade estava uma zona. Para completar, falavam de black-out. A cidade estava sem luz, sem metrô. Eu me lembro que tinha um monte de gente nas ruas, correndo de um lado para o outro.

Quando o ônibus chega no cruzamento da Augusta com a Paulista, entra um cara estranho no ônibus. Em poucos segundo entram dois policiais armados, catando o cara pelo colarinho e prendem ele.
Nossa, fiquei assustada, talvez o cara iria roubar o ônibus ... fiquei aliviada da polícia ter vindo, assim minha calculadora não fora roubada. Curioso, na época minha única preocupação era a bendita da calculadora. Sem ela eu não poderia fazer provas e minha vida de engenheira estaria arruinada.

Depois desse evento eu lembro que preparava mil planos mirabolosos para minha calculadora não ser roubada. Ao invés de guarda-la na bolsa eu a colocava na pasta com cadernos e folhas. As vezes dentro do bolso do casaco. Só tirava ela de casa quando realmente precisaria usar. Emprestava armário dos amigos para guardá-la. Louca ...

Mas a história do ônibus não acaba ali.

Chegando no Anhagabaú eu desci do ônibus para pegar o metrô. Porém, por causa do black-out o metrô estava fechado. Decidi então pegar um ônibus elétrico que passava perto de casa. Andei até o terminal de elétricos e foi lá que percebi que sem eletricidade, elétrico não funciona! Se burrice fosse um sentimento, ele descreveria bem o que eu estava sentindo naquele momento.

Bom, me resta procurar outro ônibus, andar mais e demorar mais de 4h para chegar em casa. Naquela época eu não tiha celular, mas minha mãe não ficou preocupada. Sabia que eu podia demorar horas para chegar em casa.

Transporte público em SP é aventura garantida!

11 de maio de 2013

Giverny


Essa semana estou de férias e fiquei com vontade de preparar um post falando da Fundação Giverny. É primavera e Giverny é o grande jardim de Monet.

Giverny era propriedade do Monet, fonte inspiradora de muitas de suas pinturas nas fases impressionistas e fim de carreira. Ele morou lá entre 1833 e 1926.

O lugar é uma gracinha, muito verde, lago, flores, coisas bonitas de se verem. A cidade fica perto de Paris e o acesso de trem é fácil.

Quem gosta de Monet, verá que muitas obras dele, como as da Orangerie e do museu d’Orsay, são na verdade uma « foto » das paisagens de seus jardins.

Giverny - 06/2012: Cidade de Giverny, rio Senna e casinha antiga. 

 Giverny - 06/2012: Castelinho de Giverny.


Giverny - 06/2012: Jardim à caminho da Fundação Giverny. 

 Giverny - 06/2012: Jardim fofo à caminho da propriedade do Monte.


 Giverny - 06/2012: Flores do jardim de Monet.


  Giverny - 06/2012: Mais flores do jardim de Monet!


 Giverny - 07/2007: Lago das ninféias

  Giverny - 06/2012: Ninféias e salgueiro chorão. Quem lembra da Orangerie ...


  Giverny - 06/2012: Mais ninféias e salgueiro inspiradores. Até parece uma pintura!!!!


  Giverny - 06/2012: Flor.


                                                       Giverny - 06/2012: Laguinho.


 Giverny - 06/2012: A famosa ponte que fora pintada de todos os ângulos e sob todas as luminosidades do dia e do ano.


  Giverny - 06/2012: Jardim visto da janela do quarto do Monet.


 Giverny - 06/2012: Casa do Monet.

Giverny - 06/2012: Casa do Monte et florezinhas.

8 de maio de 2013

30 Memórias dos 30 (3)


... borboleta pequenina saia fora do rosal, venha ver quanta alegria que hoje é noite de natal!




Essa música era abertura de uma novela chamada “Meu pé de laranja lima” (adaptação de um livro com mesmo nome), que minha mãe assistia quando morávamos na casinha.

A casinha foi a única casa que moramos, enquanto o apartamento ficava pronto. Era uma casa com uma sala, um quarto e um banheiro para cinco pessoas.

A música me faz lembrar dessa época feliz da minha infância. Época em que eu me sentia livre como uma borboleta, andando para baixo e para cima, correndo, pulando, brincando com a vizinha e brigando também ...

Minha infância foi feliz, mas a melhor parte dela foi a casinha. Nunca brinquei tanto, nunca estive com tanta saúde, embora as chuvas, pés descalços e correntes de vento. Tinha várias amiguinhos que não brigavam comigo porque eu era nerd.

Até carrinho de rolimã eu fiz! O maior trambique para conseguir as rolimãs usadas. A gente visitava um monte de oficina para conseguir as rodinhas de graça, pedaços de madeira graciosamente pegos de um quintal, pregos detachados de móveis velhos. Até acidente tivémos com o rolimã (mas essas não são minhas memórias).

Brincávamos de esconde-esconde no mercadão do bairro. Não sei como os vendedores tinham paciência com a gente que nos escondíamos atrás de suas bancas, por entre as pernas. Pega-bandeira, elástico, amarelinha, vivo-morto, escolinha. Chegava da escola, fazia a lição e saia correndo brincar. Vida boa!

4 de maio de 2013

Nantes (3): A catedral


Outro monumento emblemático de Nantes é a catedral de São Pedro. Demoraram 457 anos para construí-la, de 1434 à 1891. Apesar de todo esse tempo, a construção dessa catedral gótica é simétrica.

Ela foi construída em homenagem à São Pedro, pois o bispo que mandou-a construir, veio de Roma com um pedaço do prego que prendia Pedro na cruz.

Anne de Bretagne, a rainha francesa que permitiu a união da Bretanha e da França, mandou construir um túmulo para seus pais na catedral.

O túmulo é cercado por doze apóstolos e quatro mulheres : a força, a justiça, a prudência e a moderação.

Algumas fotos da catedral.
Nantes 04/2005 - Catedral de Nantes e carnaval. Nessa época eles so tinham renovado uma das torres da catedral.

Nantes 05/2005 - Detalhe da fachada da catedral.


 Nantes 05/2005 - Catedral vista da lateral.

Nantes 05/2005 - Elefante e Catedral.

 Nantes 07/2012 - Fachada da catedral, com as duas torres ja restauradas.

 Nantes 05/2005 - Interior e altar.

 Nantes 05/2005 - Porta da catedral vista do interior. Detalhe para as esculturas.

 Nantes 05/2005 - Estatua do tumulo dos pais da Anne - Prudência e duas caras, uma velha e uma nova. A experiência e a sabedoria da face velha guiam a prudência da face nova.


Nantes 05/2005 - Tumulo visto de cima.

1 de maio de 2013

30 Memórias dos 30 (2)


Vaga-lumes. Hoje não vejo mais vagalumes. Na verdade eu nunca vi nenhum em São Paulo. Só vi quando era pequena, no interior, na casa dos avós.

Tinha uma época que a gente brincava de catar pirilampos. Depois prendia ele numa caixinha de fósforo, para ter a luz eterna.

Mas o vaga-lume não piscava sempre. Nunca achei uma lógica no piscar deles ... só depois de grandinha aprendi que o piscar misterioso vinha de reações químicas, fósforo eu acho. Mas ainda não sei porque eles piscam e prefiro ficar na ignorância da minha infância.

Uma noite, houve um blackout na cidade e tudo ficou escuro. Só tinha a luz da lua e das estrelas. Eu me lembro da lua cheia e de toda a família saindo na rua. A criançada (eu) brincando no meio da rua.

De repente, como por mágica, lembro da revoada de vaga-lumes. Tudo piscando verde, naquele escuro prateado de lua. Mágico!!

Hoje não tem mais escuro, nem vaga-lume ... triste