15 de maio de 2013

30 Memórias dos 30 (4)


Minha casa era longe da universidade, todos os dias eu tinha 2,5h de trajeto para ir e outras 2,5h para voltar para casa. Na época não havia corredor de ônibus na Consolação e Rebouças. Todos os dias eu acordava cedo (5h), pegava dois ônibus ou mêtro + ônibus.

Um dia eu estava voltando da Poli e caía um temporal. Tudo alagado no Jóquei e perto do Shopping Eldorado. Óbvio que durante uma hora o ônibus não andava e estava no meio da rua.
Quando começa a andar, aquele trânsito na Augusta. A cidade estava uma zona. Para completar, falavam de black-out. A cidade estava sem luz, sem metrô. Eu me lembro que tinha um monte de gente nas ruas, correndo de um lado para o outro.

Quando o ônibus chega no cruzamento da Augusta com a Paulista, entra um cara estranho no ônibus. Em poucos segundo entram dois policiais armados, catando o cara pelo colarinho e prendem ele.
Nossa, fiquei assustada, talvez o cara iria roubar o ônibus ... fiquei aliviada da polícia ter vindo, assim minha calculadora não fora roubada. Curioso, na época minha única preocupação era a bendita da calculadora. Sem ela eu não poderia fazer provas e minha vida de engenheira estaria arruinada.

Depois desse evento eu lembro que preparava mil planos mirabolosos para minha calculadora não ser roubada. Ao invés de guarda-la na bolsa eu a colocava na pasta com cadernos e folhas. As vezes dentro do bolso do casaco. Só tirava ela de casa quando realmente precisaria usar. Emprestava armário dos amigos para guardá-la. Louca ...

Mas a história do ônibus não acaba ali.

Chegando no Anhagabaú eu desci do ônibus para pegar o metrô. Porém, por causa do black-out o metrô estava fechado. Decidi então pegar um ônibus elétrico que passava perto de casa. Andei até o terminal de elétricos e foi lá que percebi que sem eletricidade, elétrico não funciona! Se burrice fosse um sentimento, ele descreveria bem o que eu estava sentindo naquele momento.

Bom, me resta procurar outro ônibus, andar mais e demorar mais de 4h para chegar em casa. Naquela época eu não tiha celular, mas minha mãe não ficou preocupada. Sabia que eu podia demorar horas para chegar em casa.

Transporte público em SP é aventura garantida!

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