14 de agosto de 2013

30 Memórias dos 30 (17)

Meu último ano de universidade foi um suplício. Meu dia começava às cinco da manhã e só acabava depois da meia noite.

Eu me desdobrava entre escola, estágio, projeto de fim de ano e trabalhos da universidade. Para complicar a situação, me deslocava entre Campinas e São Paulo durante os finais de semana para visitar meu namorado.

De manhã eu ia para a universidade, uma hora e meia de metrô e ônibus, aulas até meio dia. A tarde eu ia para o estágio onde ficava até as sete. Mais hora e meia e chegava em casa cansada, mas ainda tinha trabalhos para fazer e projeto de fim de formatura para fazer.

As únicas coisas boas de tudo isso era meu salário e meu projeto de fim de estudo. Toda sexta à tarde eu ficava no laboratório da naval para fazer ensaios com o protótipo de barco na bancada que simulava o mar.

O projeto era legal, pois misturava gente da naval e da eletrônica. A embarcação foi construída por um estudante da naval (que até estudou comigo no primeiro ano da Poli), a parte de hardware foi iniciada por uns amigos meus (que me indicaram o projeto) e o software foi feito em colaboração com um doutorando da naval.

Eu e meu colega de trabalho devíamos acrescentar alguns motores à embarcação e toda a parte de hardware e contrôle dele. O objetivo do protótipo era estudar o posicionamento dinâmico de embarcações petroleiras.

Então tínhamos que controlar a posição do barco com ajuda de uma camera e leds e também através de um joystick. Também colocamos alguns filtros de controle para minimizar a influência das ondas do mar (o banco tinha ensaio tinha simulador de onda de alta e baixa frequência).

Eu adorei esse projeto, pois pude manipular algo concreto e ver o resultado de todos os filtros teóricos de controle que aplicamos para controlar a posição do barco. Foi esse trabalho que encerrou meus estudos e que me permitiu ganhar o diploma de engenheira eletricista.

Saudades dessa época em que eu fui uma verdadeira engenheira …

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