Meu último ano de universidade foi um suplício. Meu dia
começava às cinco da manhã e só acabava depois da meia noite.
Eu me desdobrava entre escola, estágio, projeto de fim de
ano e trabalhos da universidade. Para complicar a situação, me deslocava entre Campinas
e São Paulo durante os finais de semana para visitar meu namorado.
De manhã eu ia para a universidade, uma hora e meia de metrô
e ônibus, aulas até meio dia. A tarde eu ia para o estágio onde ficava até as
sete. Mais hora e meia e chegava em casa cansada, mas ainda tinha trabalhos
para fazer e projeto de fim de formatura para fazer.
As únicas coisas boas de tudo isso era meu salário e meu
projeto de fim de estudo. Toda sexta à tarde eu ficava no laboratório da naval
para fazer ensaios com o protótipo de barco na bancada que simulava o mar.
O projeto era legal, pois misturava gente da naval e da
eletrônica. A embarcação foi construída por um estudante da naval (que até
estudou comigo no primeiro ano da Poli), a parte de hardware foi iniciada por uns
amigos meus (que me indicaram o projeto) e o software foi feito em colaboração
com um doutorando da naval.
Eu e meu colega de trabalho devíamos acrescentar alguns
motores à embarcação e toda a parte de hardware e contrôle dele. O objetivo do protótipo era estudar
o posicionamento dinâmico de embarcações petroleiras.
Então
tínhamos que controlar a posição do barco com ajuda de uma camera e leds e
também através de um joystick. Também colocamos alguns filtros de controle para
minimizar a influência das ondas do mar (o banco tinha ensaio tinha simulador
de onda de alta e baixa frequência).
Eu adorei esse projeto, pois pude manipular algo concreto e
ver o resultado de todos os filtros teóricos de controle que aplicamos para
controlar a posição do barco. Foi esse trabalho que encerrou meus estudos e que
me permitiu ganhar o diploma de engenheira eletricista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário